
A trajetória de Gordon Ryan para se tornar o maior campeão da história do ADCC
Share
Quando o assunto é grappling, existe um nome que surge automaticamente na cabeça da maioria dos fãs do esporte: Gordon Ryan. Atleta nativo de Nova Jersey, nos Estados Unidos, e um dos fundadores da recém-formada Kingsway Jiu-Jitsu, Gordon não só se consagrou como um dos atletas de luta agarrada mais bem-sucedidos de todos os tempos como também ajudou a redefinir o conceito de agressividade e domínio no tatame, conquistando grande parte da sua fama com desempenhos memoráveis no tatame do ADCC.
Faixa-preta de Garry Tonon, Gordon alcançou os holofotes pela primeira vez a quase dez anos no ADCC 2017, evento realizado na cidade finlandesa de Espoo. Marcado para competir no peso e absoluto, o americano entrou como um dos nomes menos badalados da chave de 88kg e alcançou o título com vitórias sobre Dillon Danis, Romulo Barral, Xande Ribeiro e Keenan Cornelius. No peso aberto, Gordon finalizou todos os adversários no caminho para a final, encaixando um heel hook em Roberto Cyborg, depois um katagatame no australiano Craig Jones e voltando a arrochar no pé para tirar Mahamed Aly antes de ser superado por Felipe Preguiça e ficar com a prata.
Em 2019, Gordon voltou decidido a mostrar seu talento e conquistou o duplo ouro finalizando seis de suas oito lutas em Anaheim, na Califórnia. Subindo de peso para 99kg, Gordon começou recebendo os três tapinhas de Ben Hodgkinson e Tim Spriggs com dois mata-leões consecutivos, para em seguida superar Lucas Hulk nos pontos e garantir sua vaga na final contra Vinicius Trator, mostrando sangue frio ao usar um ataque de seu adversário no pé para chegar nas costas e apertar um estrangulamento. Já no absoluto, o americano derrotou Pedro Marinho com um heel hook, estrangulou seu mestre Garry Tonon, encaixou um mata-leão em Lachlan Giles e superou o temido Marcus Buchecha nas punições para voltar ao topo do pódio.
No ADCC 2022, realizado em Las Vegas, Gordon foi além de suas conquistas anteriores e fez história no tatame da organização, se tornando o primeiro atleta a competir e ser campeão em uma divisão de peso e na superluta no mesmo evento. Na chave de +99kg, o americano abriu finalizando Heikki Jussila com um mata-leão, superou o grandalhão Victor Hugo com um placar de oito a zero, e garantiu o título ao arrochar heel hooks em Roosevelt Sousa e Nick Rodriguez. Na superluta, Gordon ficou frente-a-frente com o líder da Atos André Galvão, que na época detinha o maior número de títulos conquistados na organização, e se recusou a tirar o pé do acelerador, trazendo perigo no início do confronto com um ataque no pé antes de subir, mantendo pressão constante na meia-guarda do brasileiro e depois chegando nas costas para encerrar o duelo com um estrangulamento.
Já no ADCC 2024, também realizado em Las Vegas, Gordon ficou de fora das categorias de peso e decidiu abrir outro precedente na organização, fazendo uma superluta em cada um dos dias do evento. No primeiro dia, Gordon encarou seu grande rival Felipe Preguiça em duelo muito equilibrado que foi decidido na prorrogação, com o faixa-preta da Gracie Barra entrando com uma tentativa de single-leg e Gordon prontamente girando para executar a contra-queda e contabilizar os dois pontos da vitória. Já no segundo dia, o americano fez uma apresentação muito dominante contra o tricampeão do ADCC Yuri Simões, derrubando logo no início do confronto e usando sua pressão para passar montando múltiplas vezes enquanto tentava um ataque no braço. Com as duas vitórias, Gordon aumentou o seu número de medalhas de ouro na organização para sete e se tornou o maior campeão da história do ADCC.