ADCC Hall da Fama: O legado de André Galvão

Dentre os muitos atletas que fizeram história nos tatames do ADCC ao longo dos anos, poucos tiveram tantas conquistas quanto André Galvão, faixa-preta de Fernando Tererê e Eduardo Telles que acumulou seis medalhas de ouro na organização ao longo de sua carreira entre disputas de peso, absoluto e superlutas. Atualmente liderando a equipe Atos Jiu-Jitsu, André estreou no ADCC em 2007 com duplo bronze e pegou a prata em 2009 para então dar início a sua sequência de títulos no evento.

Os primeiros ouros vieram no ADCC 2011, realizado na cidade de Nottingham, na Inglaterra. Na divisão até 88kg, Galvão passou por Don Ortega, Gunnar Nelson e Pablo Popovitch até chegar na final, na qual usou seu jogo técnico para sobreviver aos letais ataques no pé de Rousimar "Toquinho" Palhares e pegar as costas para sair com a vitória e o título nos pontos. Depois, no absoluto, ele passou por Shinsho Anzai, Sergio Moraes e Murilo Santana para depois finalizar Pablo Popovitch na americana no pé e morder o sonhado duplo ouro.

Em 2013, Galvão rumou para Pequim, na China, e fez sua primeira superluta no ADCC, encarando o perigoso Braulio Estima. O duelo foi uma revanche da final de 88kg do ADCC 2009, na qual Braulio finalizou Galvão com um triângulo invertido. Mais experiente e familiar com o jogo de seu adversário, André evitou um ataque inicial e fez pressão para passar a guarda com o joelho deslizando, chegando com perigo na lateral e, quando Braulio tentou se virar para defender o cem-quilos, pegando as costas e arrochando o mata-leão da vitória. Com o triunfo, André Galvão se firmou como o primeiro atleta a vencer por finalização em uma superluta no ADCC.

O trono de supercampeão permaneceu por muitos anos com ele. Em 2015, o líder da Atos retornou para São Paulo, rechaçou a pressão de Roberto Cyborg e pegou as costas duas vezes para sair com a vitória nos pontos. Já no ADCC 2017, realizado na Finlândia, Galvão atropelou o amigo de infância Claudio Calasans, com direito a quedas, pegada de costas e até montada para fechar o placar em 14 a 0. O último título veio no ADCC 2019 em Anaheim, na Califórnia, com André usando sua agressividade para conseguir a queda da vitória sobre Felipe Preguiça e conquistar seu quarto ouro consecutivo por 2 a 0, se tornando um dos maiores campeões do ADCC de todos os tempos.